Onze de setembro

Homem torturado em Abu Ghraib
Que o ataque de onze de setembro foi fundamental para estratégia belicista dos EUA, ninguém contesta. Daí a afirmar que os próprios serviços secretos estadunidenses armaram o atentado vai uma distância considerável, mas não impossível de percorrer. Lembremos dos aviões estadunidenses pintados com bandeiras cubanas para legitimar o ataque à Baía dos Porcos em 1961, isso para ficar em apenas um exemplo. Toneladas de vídeos e textos pesam contra a versão oficial sobre o 11/09: não há sinais do avião que teria sido lançado no pentágono, arranha-céus como as torres gêmeas são resistentes ao fogo, a imagem da queda dos edifícios sugere implosões, pessoas que estavam no local disseram ter ouvido explosões (reforçando a versão das implosões), o prédio 7 do WTC caiu sem ser atingido por aviões e por aí vai. Além disso, por que ninguém assumiu oficialmente o ataque? Por que os suicidas não deixaram mensagens? Tudo muito estranho. Mas deixemos para a história a tarefa de varrer debaixo do tapete.

Contra ataques hollywoodianos, respostas hollywoodianas. Dividido o mundo entre heróis e vilões, caberia aos primeiros vencer os segundos em nome da liberdade, da democracia e de bons bocados de petróleo. Bush filho é o pai da petroleocracia pós-moderna.

Dez anos depois, sabemos que a terrível Al-Qaeda não é assim tão poderosa quanto diziam os mocinhos estadunidenses. Claro, era e é preciso supervalorizar o inimigo. Também é sabido que as armas de destruição em massa do Iraque eram peça de ficção de relatórios pré-fabricados. Medo enxertado nos seres. Hemorragia social estancada com torniquetes de medo. Não há situação tão ruim que não posso piorar, essa é a mensagem do estado estadunidense para seus cidadãos. O colorido dos alertas de ataques terroristas estiveram sempre à mão, especialmente para os momentos de queda de popularidade do presidente da vez. Contra o colapso generalizado da sociedade consumista, a cicatrização via estabelecimento de um inimigo externo. É mais fácil justificar o esvaziamento das liberdades individuais quando se está enfrentando um “terrível” inimigo externo. Isso para não falar de Guântanamo, Abul Ghraib e da legitimação da tortura, eufesmiticamente chamada de simulação de afogamento.

Toneladas de enlatados engarrafaram a inteligência da sociedade estadunidense. As comemorações do suposto assassinato de Bin Laden atingiram o cu-me da ignorância xenófoba. A covardia do ato, a invasão deliberada de um país, as informações arrancadas sob tortura não serviram para constranger os paladinos da barbárie, que não hesitaram em comemorar o suposto assassinato.

Todo império decadente carece de mitos e mistificações. O mito da guerra ao terror produziu suas mistificações, como a idéia de que os EUA são vulneráveis. Dez anos depois do 11.09 a tricotomia se impõe: ou os ataques foram facilitados, ou foram forjados, ou houve grande falha dos mecanismos de segurança. Sendo esta última possibilidade a menos provável.

A questão fundamental é que ataques como os do 11.09, por mais espetaculares que possam parecer, não ameaçam a estrutura e o funcionamento do capitalismo estadunidense, que é o que realmente interessa para os burgueses. Os ataques tendem a formar um consenso momentâneo que encobre as contradições capitalistas, reforçando a hegemonia burguesa. O discurso da vulnerabilidade justifica a corrida armamentista, as guerras imperialistas e a limitação da liberdade dos cidadãos. Dez anos depois está tudo mais claro, apesar dos incautos e interesseiros que, por razões distintas, insistem em endossar o coro da vulnerabilidade.

A única ameaça real ao capitalismo estadunidenses são suas contradições internas, como sabem os Obamas e demais gestores do capital. O perigo é a crise de realização do valor e os milhões de estadunidenses varridos para baixo da linha da pobreza, 46,2 milhões para ser preciso. Guerra ao terror e vulnerabilidade externa são apenas maquiagem para esconder as garras da economia imperialista.

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