Uma notícia preocupante

Segundo pesquisa divulgada pela rede NBC, cerca de oitenta porcento dos estadunidenses apoiam o assassinato de Osama bin Laden.

Para chegar a Bin Laden, os militares dos EUA torturaram presos e invadiram o território paquistanês. Além disso, as forças especiais assassinaram um homem desarmado e doente, que poderia ser capturado e julgado.

Era preciso calar Bin Laden, se julgado, apareceriam verdades inconvenientes para os EUA e sua política de invasões justificada pela dita ‘guerra ao terror’.

Um império decadente, como os EUA, necessita de inimigos externos para justificar suas guerras rapina. Arranjar inimigos externos é uma boa maneira de tentar unificar uma sociedade caduca. Nos últimos anos os EUA perceberam o quanto lhes era funcional exagerar na ameaça externa. O clima de medo permite a supressão das liberdades individuais e favorece a industria bélica. Por isso os timoneiros da barbárie já anunciaram que a ‘ameaça terrorista’ não se encerra com a morte de Bin Laden.

A substituição de Bush por Obama abriu caminho para a ampliação das guerras de rapina dos EUA. Bush era truculento e dizia que quem não estivesse com ele estava contra. Obama é dissimulado, justifica suas guerras como sendo humanitárias. Isto ajuda a explicar por que o ataque à Líbia gerou menos protestos do que a invasão do Iraque.

O assassinato de Osama fortalece Obama, que fortalece a política de guerras pelo mundo, única possibilidade de sobrevivência de um império decadente. Até aqui nada de novo. A novidade é que oitenta porcento dos cidadãos estadunidenses legitimam a tortura, o assassinato e a invasão de um país. Quem apoia a operação que matou Bin Laden endossa a tortura, o assassinato e a invasão de países. 

Enfim, seria apenas mais um indicador da decadência da sociedade estadunidense, se não fosse extremamente preocupante.

JC

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