PARA
UM IRMÃO QUE PARTIU POR CONTA PRÓPRIA
Com
um único nó na corda
cruzaste
a borda da vida.
Em meio metro de queda,
a
moeda fria do fim.
Na
derradeira volta do Mundo,
a
primeira mancha no rosto,
no
meio da terça-feira.
A
cavalgada no lombo da morte,
o
beijo no corte da carne,
o
esgarçar do couro do corpo.
A
porrada na porta de saída da vida,
a
pancada na ponta de dentro do peito.
O
enforcamento no topo do arco-íris,
teu
cadáver balança nas nuvens.
O
salto do alto do sonho,
o
tombo para fora do destino.
Com
suas cartas de suicídio nas mãos,
todos
os mortos de amor sorriem.
Ao
som do último tango,
descansa,
meu camarada!
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