Era uma vez um menino,
que não comia frutas
e fugia da escola.

Anjos, assombrações,
espíritos, igrejas,
pecados, Deus.
Era um medo tão suave.

Era uma vez um menino,
que brincava na rua
e espiava as primas.

Avô, avó, pipa,
carrinho de rolimã,
bola, quitanda.
Era tudo tão doce.

Eram tantos desejos.
Eram tantos sonhos.
Era uma vez.

Vicent van Gogh: Casas em Auvers



Um comentário:

Valdeir disse...

A medida que se avança tudo se torna, invariavelmente, tão quase sempre tão sem graça. Quanta repetição, quanto tédio... As imagens que remetem a infância, quase tão sempre... tão mais coloridas. Que pena: "Era um menino, era uma vez." Era...